sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Brigadeiros Goumert

Eu sempre achei a palavra Brigadeiro uma palavra gostosa. Ouça, fale em voz alta: BRIGADEIRO.
Não é uma delícia? Pois é. É uma palavra que dá vontade de morder...
Eu sempre gostei de fazer brigadeiros, é algo que acalma a nossa alma quando a gente faz. Brigadeiro de panela: me diz qual mulher nunca fez uma e quis comer inteira depois de um fora, ou antes de menstruar, naquela semana de TPM? Gente, brigadeiro é algo de Deus.
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Brigadeiro de colher
Pois bem, eu sempre fui de fazer brigadeiro, sempre gostei. Quando meus amigos se reuniam, o mais ela era falar: vamos fazer brigadeiro? Meus primos vinham de longe, dormiam em casa e o mais legal era fazer brigadeiro.
Recetinha básica, domínio público:

1 lata de leite condensado
2 colheres de seu achocolatado preferido
1 colher de manteiga

Beleza, brigadeiro pronto, festa garantida. E olha que fiz brigadeiro pras festinhas de casa. rs. Aliás, ficava sobre a minha responsabilidade o brigadeiro e o beijinho. E fazia e enrolava e comia. E comia. rs E todo mundo que chegava na cozinha comia. rs

Esses tempos, uma amiga, a Marci fez aniversário e nos convidou para ir. Na hora do bolo, ela pediu que duas amigas e eu enrolássemos os docinhos. Naty, Dani e eu, claro, ajudamos. Mas a gente mais riu e comeu docinho de do que enrolou. E foi uma bagunça, tão, mas tão gostosa que nem te conto. rs

A questão é que cresci e comecei a achar que dava para inventar as coisas. E então eu descobri um atelier de doces chamado Maria Brigadeiro em São Paulo. Era o ano de 2010 e estava começando a achar que a culinária era algo bem legal de se fazer. Descobri a Juliana Motter, doceira que era jornalista. Se encontrou no caminho do docinho famoso. Eu estava completamente perdida nessa época e imaginar fazer docinhos diferentes me levou a pesquisar, tal qual a Ju fez sobre alternativas do doce preferido das festinhas.

Juliana Motter

Uma vez, a minha mãe, minha irmã e eu fomos à São Paulo. Sério, eu estava no auge da minha crise. No auge. Triste, perdida. E fomos passear e então fomos na Maria Brigadeiro na rua Capote Valente, perto da Oscar Freire.

Eu fiquei tão, mas tão feliz de entrar lá que vocês não fazem ideia. Olha o que podemos ver ao entrar:



E então a lojinha é linda, cheia de detalhes e os brigadeiros, nossa, maravilhosos. A gente é super bem recebido e vemos os docinhos serem enrolados. Foi um atrativo e tanto para alguém que como eu estava perdidaça na vida.

E tinha o livro do brigadeiro que a Juliana escreveu à venda. Compramos o livro e uma caixa com vários tipos e sabores de brigadeiro.

A caixa tinha vários sabores que fomos divindo e comendo


E então, quando eu peguei o livro na mão, eu pensei: "a Juliana podia estar aí para autografar para mim". E gente, ela estava. Delicadamente ela desceu a escadinha e autografou, conversou comigo. Escreveu no livro "Lídia, é melhor ser feliz do que ter razão".

Achei lindo.

E então fui pro hotel feliz e voltei pra casa contente. Não, mentira, chorei desesperadamente no ônibus porque a minha crise estava muito difícil de passar. Mas chegando em casa, comecei a ler o livro e fui descobrindo novas formas de inventar a vida. De tentar reinventar a receita de um doce que toda vez que eu fazia eu ficava feliz. E se eu podia reinventar o doce, eu poderia me reinventar também e seguir um caminho novo.

Por exemplo, a Juliana diz que a manteiga de boa qualidade é essencial para fazer um bom brigadeiro. Uma vez uma mulher fez com creme de leite e eu comi. Fica gostoso também, mas manteiga minha gente, é tudo. É vida. rs

E o achocolatado que a gente coloca pode ser substituído por barras de um bom chocolate. Eu comprava aquelas de um quilo da nestlé e mandava ver dois pedaços da barra, bem generosos. rs

E ao invés de cobrir com granulado, pensei que podíamos ralar o chocolate e fazer dele o confeito. Isso eu aprendi com a Alessandra, do site Mulher Brigadeiro . A Alê, gente, trabalhou comigo. Com essas crises que tive, eu me mudei para Curitiba e lá fui trabalhar na parte de eventos da Livraria Cultura. Inovando, eles fizeram um espaço gourmet dentro da loja e eu organizava vários eventos de gastronomia lá. Conheci muita, muita gente legal nessa onda, e a Alê foi uma delas porque ela ganhou um concurso que a Nestlé fez fazendo um brigadeiro de pão de mel. Cara, é incrivelmente bom,

Alessandra da Mulher Brigadeiro de Curitiba
E assim eu fui aprendendo a dar uma incrementada no doce. E na vida também.
O que dá pra gente fazer, é inventar, colocar coisas novas no doce, raspar uma fruta ao fazer, por exemplo, fazer um brigadeiro branco e escolher: pode-se raspar um pouco de limão siciliano ou uma laranja e fazer um brigadeiro desses sabores. E passar no leite ninho pra enrolar.
Fala que não é bom? rs

Com a Juliana eu aprendi a fazer o brigadeiro mais chique e ao invés de passar no confeito, a gente passa em lâminas de amêndoa pra enrolar. Fica divino.

Então em Marília estava em uma época em que de terça-feira tínhamos o "Café de Meia" um evento realizado por uma turma bacana da cidade (Bruninho, Ana...) e cada um tinha que ir e levar sua arte. Gente, o que eu sabia fazer na época, perdidaça que estava? Brigadeiro. rs

Café de Meia, evento bacanérrimo que rolava em Marília

Então fiz. Vários sabores. Enrolados e de copinho. De café e de licor. De chocoloate ao leite e amargo.
E não é que deu certo? O pessoal curtiu muito e então eu comecei a inventar com biscoito, com mel, com paçoca, com cereja e assim foi.

a receita básica que uso agora é:

1 lata de leite condensado
2 tabletes grandes daquelas barras de 1 quilo (marca de sua preferência)
1 colher de sopa de manteiga sem sal

cozinhe o doce em fogo baixo por 10 minutos, ou até desgrudar do fundo da panela. use aquelas colheres de pau e não raspe o fundo nem as bordas. Assim que o doce desgrudar coloque em um prato ou vasinha um pouco untado com manteiga e deixe esfriar antes de ir pra geladeira. O que sobrou na panela vc pode raspar e comer, não  use para fazer o doce, tá?

ah, outra dica que aprendi com o livro da Ju: panela de doce é panela de doce. Compre uma panela nova, uma colher de pau nova e deixe essa panela só para fazer brigadeiro. Se você fizer o doce na mesma panela que faz o arroz, o feijão que frita o bife, não vai ficar tão gostoso. O gosto pega, gente. É sério.

Depois que esfriou boleie, faça bolinhas do tamanho que preferir (eu prefiro o tamanho 4) e enrole no confeito raspadinho ou onde achar melhor.

Se for o brigadeiro de colher, cozinhe 5 minutos ou até você raspar o fundo da panela e ele abrir. Tal qual quando o mar de abre. rs. Exemplo bobo, eu sei. Mas que ajuda.

Invente seu sabor preferido e bom apetite!

;)

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